(Lembrando dois símbolos…)
Lei nº 11.929, de 20 de junho de 2003. (Publicada no DOE nº 118, de 23 de junho de 2003).
Institui o churrasco como “prato típico” e o chimarrão como “bebida-símbolo” do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras providências.
Art. 1º – Ficam instituídos o churrasco à gaúcha como prato típico e o chimarrão como a bebida-símbolo do Rio Grande do Sul.
Art.2º – Para assinalar as instituições ora estabelecidas, ficam criados o “dia do churrasco” e o “dia do chimarrão”, a serem comemorados em 24 de abril de cada ano e incorporados ao calendário oficial de eventos do Estado do Rio Grande do Sul.
O churrasco: à gaúcha – o asado – prato típico do Rio Grande do Sul. É a culinária típica de três países da América do Sul (Uruguai, Argentina e Brasil – “RS”).
O chimarrão: do espanhol “cimarrón” – não domesticado, em estado selvagem. Por extensão, o gado ou animal que foge e torna-se bravio.
O chimarrão é o símbolo da hospitalidade gaúcha.
Seria o primeiro churrasco?
Leitura do Primeiro Livro dos Reis
(1Rs 19, 16b. 19-21)
“(…………) Elias partiu dali e encontrou Eliseu, filho de Safat, lavrando a terra com doze juntas de bois; e ele mesmo conduzia a última. Elias ao passar perto de Eliseu, lançou sobre ele o seu manto. Então Eliseu deixou os bois e correu atrás de Elias, dizendo: ‘Deixa-me primeiro ir beijar meu pai e minha mãe, depois te seguirei’. Elias respondeu: ‘Vai e volta! Pois o que te fiz eu?’. Ele retirou-se, tomou a junta de bois e os imolou. Com a madeira do arado e da canga assou a carne e deu de comer à sua gente. Depois levantou-se, seguiu Elias e pôs-se ao seu serviço”.
O chimarrão tem, em sua história, muitas histórias… Desde o primeiro contato dos europeus com a “bebida sagrada”, a perseguição pelos padres jesuítas, a sobrevivência do hábito nativo, bem como sua importância na cultura e economia do povo sul-americano.
E o tempo, com sua sabedoria, encarregou-se do reconhecimento e fama do mate. Suas virtudes, apregoadas há séculos, servem de estímulo à expansão do consumo dessa bebida em outros Estados brasileiros que não sejam os tradicionais “mateadores” do Sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
E o poeta, como sempre, exalta o costume…
“Amargo doce que eu sorvo / num beijo em lábios de prata;
tens o perfume da mata / molhada pelo sereno, / e a cuia, seio moreno / que passa de mão em mão, / traduz em meu chimarrão,
em sua simplicidade / a velha hospitalidade da gente do meu rincão”.
Acima, parte da poesia “Chimarrão” de Glaucus Saraiva, um dos mais representativos pesquisadores e folcloristas (que, ao meu ver, deveria ser mais estudado!) Rio Grande do Sul… a nossa terra!