Como todo graduado em Letras, ele sempre primou pela correção na fala e na escrita, mas seu lado brincalhão seguidamente o faz lembrar o dito de alguém do povo, que narra para seus amigos de maneira engraçada, nunca desrespeitosa. Márcio Cavalli é simples quando precisa ser.
Como todo jornalista, averiguando fatos e cumprindo pautas ele é perspicaz, bom de faro e retrata Canela com suas qualidades e defeitos. Márcio Cavalli se preocupa com a cidade.
Como todo advogado, ele mantém o hábito de se debruçar sobre os livros. Mas na bibliografia do seu ofício diário, não encontra rimas. Márcio Cavalli convive com acórdãos e acordes nativistas.
Como todo historiador, ele faz do passado uma ponte. E as pontes da memória de Canela estão precisando de reparos, se ruírem as remanescentes, como atravessaremos para o futuro? Márcio Cavalli quer contribuir para a restauração.
Pelo fato de termos convivido por anos com o Márcio multitarefas, aqui no Nova Época (onde ele foi redatorchefe), não é surpresa sabermos da qualidade da obra que ele está lançando, Patrimônio Cultural de Canela. O mesmo apreço que ele tem pela cultura e herança local transmitida oralmente (manifestada, por exemplo, nas páginas deste jornal e depois nos livros Os Canelistas), Cavalli dedica ao nosso acervo de memórias, que merece maior cuidado, sistemático. Se excluirmos o trabalho de um punhado de abnegados, que coletam e guardam em casa documentos e imagens, a nossa história está sendo carcomida pelo tempo, como alguns prédios emblemáticos no coração da cidade, a Casa de Pedra e o Teatro Municipal.
Munido das leis, estudioso da legislação e tentando contribuir enquanto há tempo, Márcio nos presenteia com essa abordagem sobre a valorização da memória ligada a prédios e monumentos históricos que sempre nos foram caros. E levanta a questão da morosidade de décadas para o poder público buscar a tutela de imóveis de valor cultural e histórico. Propositivo, no entanto, o livro de 88 páginas lança algumas luzes e adverte que ainda há tempo. Conservar é preciso.
Patrimônio Cultural de Canela será lançado no dia 11 de junho, para convidados. Após, os exemplares serão vendidos pelo autor, pelo WhatsApp (54) 9 9134 5646, e na Livraria Bambu (Rua João Pessoa, nº 25, em Canela). Metade da arrecadação com as vendas será repassada ao Rotary Club de Canela, que destinará os recursos à Apae da cidade.
Foto: Márcio Almeida
OS DEZOITO DA DUPLA

Os apreciadores da música sertaneja têm dois representantes conhecidos em Canela, batalhando na vida noturna da cidade e da região, cuja trajetória já completa 18 anos, também pelo Estado. E uma data emblemática como essa, de Rui & Mateus, merece comemoração junto aos seus fãs.
Em um show especial na noite de 7 de junho, às 22h, no Esporte Clube Serrano, a turma que os acompanha irá para aplaudir. Já os de gerações anteriores podem ir também para lembrar das famílias da dupla. Rui e Mateus carregam no sangue a herança afetiva de suas avós, Leopoldina Vasques e Jovelina Cunha, e musical dos pais, Jorge Vasques e Tutinha Cunha. A banda que acompanhará a dupla, após a abertura com Naiara e Arla, é composta por Fabiano Azevedo, Fabiano Faes, Rodrigo e Diego Moreira. Ingressos no 2º lote e mesas estão disponíveis na Star Vídeo, Bazar do Gyba, instagram da dupla e promotores. Diversas empresas estão apoiando o show.
CREATIVITÀ

Arte e criatividade andando juntas, na obra-monumento que homenageia, na Praça das Etnias em Gramado, os 150 anos da vinda dos italianos. Débora Irion concebeu e executou com outros artistas uma reprodução do trabalho de um casal de imigrantes, possibilitando interatividade e o enquadramento, ao fundo, da casa típica daqueles colonizadores.