Jabuticaba brasileira

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Nesta quarta-feira, o Copom elevou mais uma vez a taxa básica de juros da economia, a famosa SELIC, que passou de 14,25% para 14,75% ao ano. E, como sempre, vem a pergunta: “Ok, mas o que isso muda na minha vida?” Spoiler: muda bastante.

Esse aumento freia o consumo — o que afeta diretamente o turismo aqui na nossa região — e encarece o financiamento, travando a venda de bens e imóveis. Mas como esta coluna é para quem pensa com a cabeça de investidor, vamos ao que interessa: juros altos mexem com o CDI, e o CDI mexe com todo mundo que tem um real aplicado.

Para os íntimos, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é aquela jabuticaba que só dá por aqui: uma taxa que reflete os empréstimos entre bancos e que se tornou a régua do investidor brasileiro. Se sua aplicação rende menos que o CDI, você está, basicamente, doando rendimento pro mercado — e ninguém quer ser esse doador.

O CDI virou o “mínimo aceitável”. Dá para superar? Até dá. Mas aí entra aquele ditado clássico: quem quer bater o mercado, corre o risco de apanhar. Lembra dos títulos prefixados de 12% ao ano que pareciam um baita negócio no passado recente? Pois é. Com a Selic quase batendo 15%, virou um mico nas mãos de quem tentou ser visionário demais. E com a inflação controlada (um “controlada” cheio de aspas), títulos atrelados ao IPCA perdem o brilho na cabeça curto prazista do investidor médio.

Por isso, tanta gente prefere andar de mãos dadas com o CDI. Ele não promete emoções fortes, mas também não te abandona no meio do caminho.

Mas será que ele é mesmo um bom negócio? Olhando rápido, parece que sim. Só fazer uma conta de padaria: 14,75% ao ano gira em torno de 1,23% ao mês. Quem diria que em 2025 ganhar mais de 1% ao mês, fazendo nada, seria possível — e legalizado!

E aí começa o dilema: com esse rendimento, quem vai querer gastar? O turista que viria curtir a serra resolve esperar — afinal, o dinheiro parado está rendendo bem. O investidor que estava de olho num imóvel já não tem tanta pressa. E assim, de pouquinho em pouquinho, a economia dá aquela travada. E essa é a intenção da alta dos juros, segurar o consumo para evitar o maior mal de todos, a temida inflação.

Então o juro alto é ruim apenas para quem não poupa? aí que vem a pegadinha, um estudo do J.P. Morgan divulgado esta semana mostrou que o CDI acumulou 142% de rentabilidade nominal nos últimos 10 anos. Bonito, né? Mas calma: descontando a inflação, o ganho real foi de apenas 38%. Se formos falar em dólares, então? Só 4% em toda a década. Traduzindo: você acha que ganhou mas foi muito menos do que pensava.

Portanto, embora o CDI ofereça segurança e retornos nominalmente elevados no curto prazo, seu desempenho real, especialmente quando ajustado pela inflação e pelo câmbio, mostra limitações. Para o investidor, vale lembrar que seguir o CDI é uma boa referência — mas não é garantia de riqueza. Em tempos de juros altos, o dinheiro parado realmente trabalha por você. No entanto, pensar em diversificação, horizonte de longo prazo e objetivos financeiros continua sendo essencial para proteger e fazer crescer seu patrimônio de forma sustentável.

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