Nunca um banco de praça teve tanto significado. Este, (foto ao lado) instalado há poucos dias na Praça João Corrêa em Canela, está ali para sentar, pensar e estar solidário com um problema que aterroriza o universo feminino.
O projeto Banco Vermelho tem como principal objetivo conscientizar a sociedade sobre a violência contra a mulher, especialmente os feminicídios. A iniciativa utiliza um banco pintado de vermelho como forma simbólica de lembrar as mulheres que foram vítimas de violência letal e provocar reflexão na população.
De acordo com levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) 10.655 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, entre os anos de 2015 e 2023. No ano de 2024 a violência doméstica contra mulheres recrudesceu. Pelo Mapa da Segurança Pública, divulgado há dois dias pelo Governo Federal, 648 mulheres sofreram tentativas de homicídio no ano, 16,10% a mais que em 2023. O feminicídio permaneceu estável em 2024, com alta de 0,69% ante o ano anterior. Foi de 1.449 para 1.459 casos, mas ainda é o alarmante equivalente a quatro vítimas por dia.
Desde 2020, há um avanço gradual e constante, sinal de que a chaga continua crescendo no Brasil. Em Canela, este primeiro banco instalado foi como parte das atividades desenvolvidas durante a 66ª Conferência Distrital do Distrito 4670 do Rotary. A exemplo desta primeira unidade, o Rotary Club de Canela-Inspiração, em parceria com o Lions Clube de Canela, o COMDIM e a AMUCAN, pretendem colocar outros bancos vermelhos em diversas áreas públicas da cidade.
FOI BOM DAR OUVIDOS AO ENIO

Tão agradável quanto ter escutado Enio Martins diariamente na Clube 88.5, nos anos em que ele esteve nesta rádio, foi ter podido conviver com ele. Não conheço ninguém aqui por perto, da produção de eventos e da música, com tanto conhecimento do cenário musical e do show bizz brasileiro quanto ele, por ter sido manager de Ritchie, Leo Jaime e Paulo Ricardo, entre outros, e trabalhado em grandes emissoras paulistanas. Enio San morreu no sábado (7), em consequência de AVC , em Londrina (PR), onde estava residindo. Na recente Canela Light Fest, esteve no Nova Época para um abraço.
A INSPIRAÇÃO

O Panchine Rosse surgiu na esteira de outro projeto, o Zapatos Rojos, iniciativa das arquiteta Elina Chauvet, em 2009, como grito de alerta pelos sistemáticos desaparecimentos e assassinatos de mulheres que ocorreram na cidade de Juarez-Chihuahua, no México, durante a década de 1990. A irmã da arquiteta foi uma das vítimas. A primeira ação, em uma praça daquela cidade, contou com 33 pares de sapatos vermelhos doados por familiares de mulheres vitimadas e desaparecidas. A repercussão das instalações de sapatos que seguem acontecendo, copiadas em outros locais e países, ainda é grande.