Acertando as contas com a Receita… e por que isso pode ser uma boa notícia

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Essa frase até poderia ter saído da boca daquela jornalista de economia famosa da TV. Mas não. É minha mesmo — e costumo repeti-la com frequência.

Fazer a própria declaração de Imposto de Renda — ou ao menos acompanhar de perto o trabalho do contador — é um dos maiores exercícios de finanças pessoais que alguém pode realizar. Ali está o verdadeiro raio-X da vida financeira. É o momento em que a pessoa percebe, com clareza, se está evoluindo financeiramente. Dá para ver de onde vem o dinheiro, para onde ele vai, e traçar objetivos mais consistentes para o ano que começa depois do IR.

E mais: é também uma oportunidade de encontrar, dentro da lei, formas de pagar menos imposto. Afinal, ninguém gosta de pagar — mas, como quase tudo na vida, sempre há um lado bom.

Lembro de uma cliente, na época em que eu trabalhava no banco, que se lamentava por pagar mais de R$ 150 mil em impostos por ano. Um dia, tentei animá-la:
— Dona Fulana, meu sonho é um dia pagar tudo isso em imposto!
Ela se espantou. E eu expliquei o óbvio: quem paga muito imposto, provavelmente faturou muito também.

Claro, se vivêssemos em um país onde o retorno dos tributos fosse proporcional, pagar imposto teria um gosto menos amargo. Mas no Brasil, a sensação é que temos carga tributária da Dinamarca com os serviços públicos do Congo.

Outro dia, conversando com um cliente do Rio de Janeiro sobre a proposta do governo de taxar em mais 10% quem ganha acima de R$ 50 mil por mês — o chamado “imposto dos super-ricos” — ouvi o seguinte desabafo:

“Já sou tributado em quase 34% na minha empresa, e ainda querem tirar mais 10% da distribuição de lucros? Se ao menos eu tivesse segurança… Mas não posso nem sair de casa com relógio no pulso. O risco de ser assaltado é enorme. Vivo quase como um prisioneiro dentro do meu apartamento”.

Fiquei pensando que, felizmente, aqui na Serra ainda temos um pouco mais de tranquilidade — mérito da nossa Polícia Civil e da Brigada Militar. Mas ele tem razão, não temos acesso ao básico para viver, então qual o motivo de aumentar impostos para uma sociedade já estrangulada pela carga tributária? Para melhorar saúde, segurança, educação? Infelizmente não. O que temos visto é que vai servir para aumentar o número de deputados no Congresso. Pois é. Essa medida foi aprovada na semana passada. Acredite se quiser.

Mas voltando ao foco desta coluna: investimentos.

Sempre que atendo um novo cliente, gosto de desmistificar o tal do Imposto de Renda. E digo sem rodeios:
— Meu objetivo é fazer você pagar cada vez mais imposto de renda.

A reação quase sempre é de susto ou contrariedade. Muitos clientes nos procuram justamente atrás de ativos isentos, que os bancos de varejo raramente oferecem — como debêntures incentivadas, CRIs, CRAs, fundos imobiliários e outros.

Mas aí vem a explicação: imposto de renda só incide sobre o lucro. Se você está pagando, é porque ganhou. Simples assim.

Quem já passou por momentos difíceis no mercado sabe que a ausência de IR, nesses casos, só significa uma coisa: prejuízo. E ninguém gosta de perder — nem que isso signifique não pagar nada ao Leão.

No fim das contas, como quase tudo na vida, dá para enxergar o lado bom. Nem que seja por esse viés: se tem imposto, é porque teve lucro.

E por falar nisso, fica o lembrete: estamos na reta final para a entrega da declaração de Imposto de Renda. O prazo termina às 23h59 do dia 30 de maio, e segundo a própria Receita Federal, cerca de 19 milhões de brasileiros ainda não enviaram a sua declaração.

Se você está nesse grupo, corre — ainda dá tempo.

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