Nos últimos dias, um novo escândalo de corrupção veio à tona: o roubo sistemático de aposentados do INSS. Estima-se que, nos últimos anos, entre 6 e 8 bilhões de reais tenham sido desviados diretamente dos benefícios pagos a esses cidadãos.
O esquema, que envolve servidores do INSS, sindicatos, lobistas e outros atores ainda não identificados, é uma afronta. Diferentemente de escândalos como o mensalão ou o petrolão, aqui o dinheiro é subtraído do salário dos aposentados — recursos essenciais para comprar comida, remédios e itens de primeira necessidade. Enquanto os aposentados sofrem, os responsáveis enriquecem.
No centro da fraude estão sindicatos que, após o fim do imposto sindical obrigatório, encontraram uma nova fonte de renda. Sob o pretexto de oferecer “serviços” aos aposentados, criaram uma rede de roubo e falsificação. A realidade é cruel: a grande maioria dos aposentados nunca solicitou ou contratou esses serviços. Por meio de assinaturas falsificadas, roubo de dados e conivência de servidores do INSS, descontos indevidos passaram a ser aplicados nos benefícios. A complexidade do sistema do INSS e a dificuldade de acessar um simples extrato de pagamento criaram o cenário perfeito para o crime.
O mais chocante é que as cidades mais pobres, especialmente no Nordeste, foram os principais alvos. Em alguns municípios, até 60% dos aposentados foram lesados. Os descontos, que variam de 30 a 80 reais em média, podem chegar a centenas de reais, já que alguns aposentados tiveram valores subtraídos por dois, três ou até quatro sindicatos diferentes.
Esse crime é revoltante, e a permanência do ministro da Previdência, Carlos Lupi, no cargo só aumenta a indignação. Líder do PDT, partido da base do governo Lula, Lupi segue intocável, como se não tivesse responsabilidade sobre o escândalo. E o presidente Lula, por razões que levantam suspeitas, o mantém no posto.
Há muito tempo, grande parte dos sindicatos brasileiros deixou de representar os trabalhadores para se transformar em feudos onde poucos lucram de forma desonesta. Que este caso seja investigado a fundo e que os culpados sejam punidos — algo difícil, considerando o histórico de impunidade em esquemas de corrupção no Brasil.
