O Aeroporto Regional de Canela assumiu, ao longo do último ano, protagonismo inédito no contexto da aviação gaúcha. Sua transformação acelerada, catalisada pela emergência provocada pelo fechamento do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, tornou Canela ponto fundamental de conexão aérea para a Serra Gaúcha, tradicionalmente dependente de rotas rodoviárias e do terminal da Capital. Este papel central trouxe enormes expectativas, mas também uma série de desafios técnicos, regulatórios e operacionais para o aeroporto, historicamente dedicado, sobretudo, à aviação geral e de táxi aéreo. Desde a maior enchente do estado — ocorrido em maio de 2024 e responsável por paralisar totalmente o fluxo aéreo em Porto Alegre — Canela assumiu uma missão estratégica: garantir ao menos parte da mobilidade que a região tanto necessita, para turistas, moradores e negócios locais. Hoje, passado um ano, o aeroporto é tema de debates, análises e expectativas renovadas por quem vive do turismo, da aviação e da economia serrana. O impacto da catástrofe natural levou o poder público a agir rapidamente. Em junho de 2024, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, em conjunto com a Prefeitura de Canela, Infraero e técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), anunciou o compromisso de regionalizar o aeródromo — até então sem estrutura para voos comerciais regulares. O plano previa a liberação de R$ 34 milhões em investimentos, sendo R$ 9 milhões destinados de imediato para intervenções emergenciais, restauração da pista e construção de um terminal provisório. A meta definida era clara: possibilitar voos comerciais regulares até o final do primeiro semestre de 2025. FIM de semana registrou vários jatos na pista do aeroportoFoto: Odone Bizz ATRASO NO CRONOGRAMA DAS MELHORIAS Outras promessas seguiram: modernização do sistema de orientação e segurança de voo, implementação de tecnologias de apoio à navegação e garantia de acessibilidade universal para passageiros. O Governo Estadual ficou encarregado da gestão, enquanto a Infraero assumiu o gerenciamento das obras e dos processos licitatórios necessários. Paralelamente, tramitou-se a demanda pela homologação do aeroporto junto à Anac, essencial para a operação de voos regulares, e o alinhamento com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), para obtenção das licenças ambientais. Ao longo dos meses seguintes, etapas importantes do cronograma foram cumpridas. As obras de readequação da pista do aeroporto, com reforço do pavimento e nova sinalização horizontal e vertical, deram condições seguras mínimas à operação de aeronaves de porte regional, como os ATR 72. Contudo, o cronograma apresentou atrasos pontuais devido à complexidade do licenciamento ambiental. Após a obtenção da licença prévia, a licença definitiva de operação ambiental segue sendo o principal gargalo para a ampliação da grade de voos. A equipe técnica da Infraero reitera que toda documentação foi apresentada à Fepam e que há previsão realista de aprovação até meados do segundo semestre de 2025. PISTA ainda precisa passar por melhorias de sinalização RELAÇÃO COM AS COMPANHIAS AÉREAS Em paralelo às obras, a articulação com as companhias aéreas tornou-se peça-chave para a consolidação do aeroporto enquanto hub regional. Desde agosto de 2024, conversas com Gol, Azul e Voepass foram intensificadas, focando rotas estratégicas ligando Canela a São Paulo, Campinas e, futuramente, Rio de Janeiro. A Azul Linhas Aéreas foi a única a confirmar a realização de três voos regulares semanais em caráter experimental, após emissão da licença para operação restrita. Segundo comunicado da companhia, “a concretização de mais voos depende diretamente da regularização plena do aeroporto e da resposta do mercado”, mantendo o compromisso de ampliar gradualmente a oferta se os indicadores de ocupação permanecerem elevados. Empresas como Gol e Voepass sinalizaram interesse, mas apontam entraves: além da pendência documental junto à Anac e Fepam, há preocupação quanto ao volume de passageiros em períodos de baixa temporada e sobre a isenção de taxas aeroportuárias para fomentar a atratividade das rotas. A articulação entre gestão pública e trade turístico busca oferecer propostas de incentivo, como campanhas colaborativas e subsídios para rotas iniciais. Para os passageiros, ainda há restrição de voos e horários, o que limita a acessibilidade e impacta diretamente hotéis, parques temáticos e agentes de viagem, que veem grande potencial represado. O setor hoteleiro estima que, com a normalização total e oferta de pelo menos dois voos diários, a ocupação média do destino pode subir de 65% para 80% em alta temporada. OTIMISMO CAUTELOSO O Aeroporto Regional de Canela apresenta, hoje, avanços consistentes em infraestrutura, operação e visibilidade diante do público, marcando um ciclo de rápidas transformações motivadas pela urgência. A pista modernizada atende os requisitos técnicos e há um fluxo crescente de usuários, mesmo com limitação de voos. No entanto, o principal obstáculo segue sendo a conclusão das etapas regulatórias e o avanço das negociações com grandes operadoras aéreas, essenciais para consolidar Canela como hub da Serra Gaúcha. Com prazos sendo ajustados conforme as demandas ambientais e de mercado, o sentimento predominante é de otimismo cauteloso, tanto entre empresários do turismo quanto entre gestores públicos. A normalização plena das operações dependerá do alinhamento entre órgãos reguladores, companhias aéreas e apoio institucional para que o aeroporto não apenas permaneça operante, mas se confirme como porta de entrada essencial para o desenvolvimento e integração regional. O próximo semestre será decisivo para verificar se as promessas se traduzirão em um legado duradouro ou se a estrutura requererá novos ciclos de ajustes e investimentos. TERMINAL deverá ter cerca de 4.000m² distribuídos em dois andares CONFIANÇA E OBSTÁCULOS Liderança do ramo hoteleiro, o empresário José Ernesto Marino Neto, do complexo Kempinski Laje de Pedra, está confiante que os entraves estruturais serão superados e em breve aeronaves de médio porte começarão a pousar no Aeroporto de Canela. “Acredito que agora em maio a ANAC deverá homologar a nova pista, que contempla as obras já realizadas pela Infraero. Feito isso será possível que aeronaves tipo ATR72 pousem em Canela e, em seguida, deveremos ver as primeiras operações em regime de fretamento”, opina ele. Acredito que a CVC deverá ser a pioneira. A demanda com esses voos charters é que vai incentivar as companhias aéreas a criarem
O Dia das Mães merece celebração especial!
Presentear as mães com um dia especial em que ela não precise fazer nada, nem mesmo pensar no que a família vai comer pode ser uma ótima ideia! Afinal nada como despertar em uma casa perfumada por flores, ao lado de quem se ama e com um dia repleto de pequenas e simbólicas homenagens. Aqui vão algumas dicas para inspirar: A Panni Brunch All Day oferece uma oportunidade para acordar mais tarde e resolver de uma só vez o café da manhã e o almoço das 9h às 15h com as delícias de sempre à la carte. E se quiser presentear sua mãe com uma linda Box Dia das Mães, corra porque as encomendas encerram nesta sexta mesmo. A Box contém- 2 croissants, Iogurte produzidona casa e frutas,Micro mel, Manteiga, 2 unid de drip coffee, 1 suco de laranja, 1 Danish de burrata e tomate confit, 1 Danish de morangos e chocolate branco, Frios (presunto e queijo), 1 copo pintado a mão e personalizado com o nome de sua mãe e flores. Um luxo! -Av.José Luís Corrêa Pinto,299 – sala 4- Canela – (54) 3282-8569 Para quem está em Canela não faltam opções para comemorar o Dia das Mães. Todos os bons restaurantes estão preparados para receber as famílias com atendimento especial e o melhor da gastronomia local. No Tango a parrilla é uma escolha irresistível, sem falar nas outras delícias como as tradicionais Empanadas, os Arancinis de linguiça, Croquetas de Costilla com batata, Entranhas com Provolone derretido e as outras iguarias da mais autêntica casa argentina da Serra. – Praça João Correa, 277 – sala 02 – Centro, Canela – (54) 3303-5494 Na Praça da Matriz, ao lado da Catedral de Pedra, o restaurante e wine bar Acappela vai atender das 1h as 23h oferecendo um amplo cardápio internacional em ambiente ideal para receber as mães com classe e sofisticação, – Praça da Matriz, 40 –sala 3 – Canela – (54) 2137-5144 Comemorar o dia das Mães no Magnólia é sempre uma ótima ideia pois a Fernanda Chies é pródiga em inventar sempre mimos e surpresinhas para as homenageadas. Rua Dona Carlinda, 255 – Centro, Canela (54) 3278-0102 – Aproveite para fazer reserva para o próximo Brunch que será dia 25/5.
Social da Samanta – 675
João Richa e Rafael Zilio na Live Run XP Gramado, no último domingo Foto: Claiton Saul MOÇÃO DE APLAUSOS O médico veterinário Leonel Lucena recebeu dos vereadores Rodrigo Rodrigues e Grazi Hoffman uma Moção de Aplausos para a Clínica Veterinária Pet Center pelos seus 30 anos de história e pela significativa contribuição para o bem-estar animal e para a comunidade canelense. Fundada em 1995 pelo médico veterinário Leonel Lucena, a Pet Center se consolidou como referência no setor, sempre prezando pela qualidade no atendimento, pelo cuidado com a saúde dos animais e pela dedicação em cada serviço prestado. São três décadas de amor, compromisso e e história da Pet Center, sempre com um profissionalismo e paixão pela causa animal! Pompeu Dias,Osvaldo Vasques e Jeferson Feiten prestigiaram junto a Leonel Lucena este momento Foto: Estratégia Comunicação Rosana Strassburger esteve em Goreme, na Capadócia, e visitou com o grupo da Brocker Viagens as inusitadas moradias daquela região da Turquia Foto: Divulgação Amigas de Canela, em Floripa! Bruna Oliveira, Morgana Catuci, Josi Catuci, Vanessa Bressan e Analú Rodrigues. O encontro celebrou o primeiro aninho do Heitor, filho da Morgana e do Lucas! Foto: Divulgação CORTES E VINHOS O Festival Cortes & Vinhos acontece no MLBK Restaurante, em Gramado, entre os dias 7 de maio e 8 de julho de 2025, e promete ser uma experiência sensorial única — onde cada prato conta uma história de tradição, técnica e paixão pela carne. Na noite de lançamento do evento também foi apresentando o vinho Gran Reserva Malbec, rótulo do MLBK, desenvolvido pela vinícola Luiz Argenta, uma dica excelente para harmonizar no festival. Os sócios do MLBK brindando os Lançamentos da noite! Foto: Fotos Gramado
Social da Bina – 675
A arquiteta Mariela Felipetti e a empresária Any Brocker foram para a Turquia no grupo da Brocker Viagens. Na foto, a beleza singular de Goreme, na Capadócia Foto: Divulgação MLBK tem novidades Sempre autêntico e dedicado as carnes do Sul, o Restaurante MLBK convidou um seleto grupo da imprensa para apresentar 3 novidades. A primeira delas, o Festival de Carnes e Vinhos. Este, uma homenagem aos cortes dianteiros do gado Angus para provar que não existe carne de segunda se o boi é de primeira. Mais uma vez, acertaram em cheio. O festival segue até 08/07 e tem opções no cardápio para 1 e 2 pessoas. Está imperdível. Gran Reserva A segunda novidade, foi a apresentação do vinho Gran Reserva MLBK. Como era de se esperar, a uva escolhida foi a malbec (a casta favorita desta colunista). Quem assina o vinho é a premiadíssima Vinícola Luís Argenta. O vinho, um sonho antigo dos proprietários do MLBK, foi desenvolvido pelo enólogo Edemar Scortegagna Soleil Gramado Inquietos que são, Josiano Schmitt e Evandro Catuci (leia-se MLBK, Di Pietro e Catherine), apresentaram ainda uma terceira novidade: a chegada do Soleil Gramado. A inauguração da casa especializada na gastronomia italiana está prevista para o segundo semestre. E o ponto? Digo, é um dos mais nobres de Gramado: a esquina das Avenidas Borges de Medeiros e das Hortênsias o Soleil vai ocupar 4 sobrelojas daquele prédio na esquina mais famosa da cidade. Habitué de Gramado, a brasiliense Ednamar Thomaz encontrou a amiga Jana Coelho no coquetel da loja de pijamas Mar de Sonhos Foto: Bina Santos O trio Isabel Bauer, Carina Machado e Francine Kirsch orgulhosas de seus esposos, em noite de comemorações no MLBK Foto: Rafael Cabral Josiano Schmitt,o enólogo Edegar Scortegagna e Evandro Catucci apresentaram o Gran reserva MLBK, que leva a assinatura da Vinícola Luís Argenta Foto: Rafael Cabral Isinha Guedes comemorou em Gramado seu aniversário de 20 anos. Ela teve a companhia do pai, o jornalista Bernardo Guedes Foto: Paulo Fulcher
Canelenses adotivos que são e mandam notícia
LEONID STRELIAEV, CADA VEZ MELHOR Porto-alegrense radicado em Canela, o fotógrafo Leonid Streliaev lançou na quarta-feira (7), no Instituto Caldeira, na Capital, mais um livro de imagens (seu 26º) fadado ao sucesso. Nasce um novo Rio Grande do Sul reúne imagens marcantes, capturadas pelo autor durante a enchente que assolou o estado em 2024. Em cada página, a premiada maestria de um dos maiores fotógrafos brasileiros e depoimentos de personalidades sobre a força do gaúcho após os desafios que podem derrubá-lo cavalo, mas ele bate a poeira e monta novamente. Obra que conta com a curadoria de Tulio Milman, Nasce um novo Rio Grande do Sul, segundo Streliaev, “retrata um RS que olha para a frente, buscando sempre o crescimento social, econômico, cultural e humano”. E complementa: “Nosso cenário é tão variado como as pessoas que aqui vivem. O Rio Grande do Sul multifacetado, é um caldeirão de culturas formado por gente que trabalha e não tem medo dos desafios. Este olhar regional deu um dimensionamento global ao trabalho”. A obra é apresentada pelo Ministério da Cultura e conta com o apoio do governo do RS, além de importantes instituições, empresas e entidades. Em breve estará disponível nas livrarias e, também, pode ser encomendada pelo Whatsapp (54) 99943-6740. A VITALIDADE DE ANDRÉ LUCENA Um caxiense que ao alto o nome de Canela, como morador daqui que faz carreira de sucesso nas competições de voo livre, André Nora Lucena, o Socó, continua conquistando vitórias. No final de semana que passou ele ficou em primeiro lugar na categoria Open – em 2º, João José da Silva; em 3º lugar, Robert Etzold – na etapa do Campeonato Catarinense de Asa Delta que reuniu mais de 30 asas em Santo Amaro da Imperatriz. Sobre essa etapa, Socó diz: “O primeiro dia não estava muito bom, mas no segundo as condições estavam melhores e eu consegui levar o primeiro lugar”. Aos 53 anos e se dedicando também ao paraglider – neste, ainda não compete -, André Socó pratica o voo com a vitalidade de sempre. Treina semanalmente alternando lugares como o Ninho das Águias em Nova Petrópolis, Igrejinha, Sapiranga e Rolante. André Lucena e a esposa, Ciana PADRE JUSCELINO BRAZEIRO JR, PERTINHO DOS PAPAS Pároco em Canela de 2010 a 2015, ele volta a Canela em todas as férias para reforçar os laços que mantém com a cidade que o acolheu. Nosso correspondente informal sobre os fatos que acontecem no Vaticano (posto que hoje ele é Oficial Dicastério para o Clero e vive em Roma), nesta quinta-feira (8) em que se anunciou o nome do Papa Robert Francis Prevost, Padre Juscelino atendeu ao nosso pedido para dar sua opinião sobre o novo Sumo Pontífice. O cardeal norte-americano era prefeito do Dicastério para os Bispos e trabalhava no prédio em frente àquele onde o ex-pároco de Canela trabalha. Juscelino: ”Estive com ele mês passado. É um homem de oração, um homem bom. O que já posso dizer dele, pelo pouco tempo, é que pela escolha do nome, Leão XIV, remete à figura de Leão XIII, um homem que trabalhou tanto pela doutrina social da Igreja e tambeém pela paz. É uma escolha significante. E o discurso que o Papa deu remete à paz, ao diálogo, à unidade e à comunhão. Será um Papa muito bom, com a graça de Deus. O Cardeal Prevost é um homem do povo, de oração. Os cardeais ouviram o Espírito Santo e agora vamos continuar caminhando com ele, como Igreja. O importante é unir, é resgatar o sentimento religioso que nos comuna e evangelizar. Muita vezes ele usou as palavras evangelização, anúncio, comunhão, que são, entre aspas, as metas de governo. As primeiras palavras dele: ‘A paz esteja convosco!’, é o que precisamos nesse mundo atualmente – para a qual o Papa vai ser, sem dúvida, o instrumento”. Padre Juscelino enviou essa foto de Leão XIV e Francisco GLAITON E CRISTIANE CUNHA, ON THE ROAD Cristiane, no Grand Canyon A dimensão das façanhas deles se mede em milhares de milhas. Agora em solo norte-americano, o casal de moradores de Canela (ele dono de pizzaria, ele psicóloga), Glaiton e Cristiane Cunha vão cumprindo um itinerário que vai servir para engordar o enredo de um futuro livro. A obra falará sobre estradas engolidas pelas motos que já conduziram o casal por diversos países e continentes. E sobre convivência, centenas de novos amigos e dias prazerosos e inóspitos, típicos das jornadas cruzando fronteiras. Por fotos enviadas e relatos, a gente vai viajando com eles. O mítico Bagdad Cafe, na Route 66, foi visitado por eles
Jabuticaba brasileira
Nesta quarta-feira, o Copom elevou mais uma vez a taxa básica de juros da economia, a famosa SELIC, que passou de 14,25% para 14,75% ao ano. E, como sempre, vem a pergunta: “Ok, mas o que isso muda na minha vida?” Spoiler: muda bastante. Esse aumento freia o consumo — o que afeta diretamente o turismo aqui na nossa região — e encarece o financiamento, travando a venda de bens e imóveis. Mas como esta coluna é para quem pensa com a cabeça de investidor, vamos ao que interessa: juros altos mexem com o CDI, e o CDI mexe com todo mundo que tem um real aplicado. Para os íntimos, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é aquela jabuticaba que só dá por aqui: uma taxa que reflete os empréstimos entre bancos e que se tornou a régua do investidor brasileiro. Se sua aplicação rende menos que o CDI, você está, basicamente, doando rendimento pro mercado — e ninguém quer ser esse doador. O CDI virou o “mínimo aceitável”. Dá para superar? Até dá. Mas aí entra aquele ditado clássico: quem quer bater o mercado, corre o risco de apanhar. Lembra dos títulos prefixados de 12% ao ano que pareciam um baita negócio no passado recente? Pois é. Com a Selic quase batendo 15%, virou um mico nas mãos de quem tentou ser visionário demais. E com a inflação controlada (um “controlada” cheio de aspas), títulos atrelados ao IPCA perdem o brilho na cabeça curto prazista do investidor médio. Por isso, tanta gente prefere andar de mãos dadas com o CDI. Ele não promete emoções fortes, mas também não te abandona no meio do caminho. Mas será que ele é mesmo um bom negócio? Olhando rápido, parece que sim. Só fazer uma conta de padaria: 14,75% ao ano gira em torno de 1,23% ao mês. Quem diria que em 2025 ganhar mais de 1% ao mês, fazendo nada, seria possível — e legalizado! E aí começa o dilema: com esse rendimento, quem vai querer gastar? O turista que viria curtir a serra resolve esperar — afinal, o dinheiro parado está rendendo bem. O investidor que estava de olho num imóvel já não tem tanta pressa. E assim, de pouquinho em pouquinho, a economia dá aquela travada. E essa é a intenção da alta dos juros, segurar o consumo para evitar o maior mal de todos, a temida inflação. Então o juro alto é ruim apenas para quem não poupa? aí que vem a pegadinha, um estudo do J.P. Morgan divulgado esta semana mostrou que o CDI acumulou 142% de rentabilidade nominal nos últimos 10 anos. Bonito, né? Mas calma: descontando a inflação, o ganho real foi de apenas 38%. Se formos falar em dólares, então? Só 4% em toda a década. Traduzindo: você acha que ganhou mas foi muito menos do que pensava. Portanto, embora o CDI ofereça segurança e retornos nominalmente elevados no curto prazo, seu desempenho real, especialmente quando ajustado pela inflação e pelo câmbio, mostra limitações. Para o investidor, vale lembrar que seguir o CDI é uma boa referência — mas não é garantia de riqueza. Em tempos de juros altos, o dinheiro parado realmente trabalha por você. No entanto, pensar em diversificação, horizonte de longo prazo e objetivos financeiros continua sendo essencial para proteger e fazer crescer seu patrimônio de forma sustentável.
Canela e Punta del Este fortalecem laços turísticos em encontro estratégico
Em abril, a prefeita de Punta del Este, María Sara Baroffio, realizou visita oficial a Canela, onde foi recebida pelo prefeito Gilberto Cezar no Paço Municipal. O encontro representou mais um avanço do “Projeto Conexão Punta x Serra Gaúcha”, iniciativa que busca aproximar dois renomados destinos turísticos da América do Sul, promovendo intercâmbio de experiências, troca de boas práticas e a criação de novas oportunidades bilaterais no setor. Participaram também Martín Laventura, diretor de Turismo de Punta del Este, que destacou a imagem positiva de Canela no Uruguai e o potencial para novas parcerias estratégicas entre as cidades. O evento abordou temas como turismo sustentável e práticas inovadoras, alinhando ambos os destinos na busca pela excelência em hospitalidade, atrativos e negócios. A programação incluiu visitas técnicas aos parques Olivas de Gramado, em Gramado, e Mátria Parque de Flores, em São Francisco de Paula, referências em ecoturismo na Serra Gaúcha. O empresário Zanis Coelho, do setor turístico, integrou as atividades, enquanto esta colunista coordenou a agenda, reforçando o compromisso conjunto por um turismo sustentável e competitivo no cenário internacional. Zanis Coelho, Martin Laventure Diretor de Turismo da Intendência de Maldonado, María Sara Baroffio Abadie Prefeita de Punta del Este, Gilberto Cezar Prefeito de Canela e Carla Bohrer do Conexão Punta x Serra Gaúcha. Martin Laventure Diretor de Turismo da Intendência de Maldonado e esposa, María Sara Baroffio Abadie Prefeita de Punta del Este e esposo, Sr Gustavo e Sra Margaret. Rodrigo Stehling empresário, Thiago Teixeira prefeito de São Francisco de Paula,Maria Sara Baroffio Abadie prefeita de Punta del Este , Martin Laventure diretor de Turismo da Intendência de Maldonado, Rafael Castelli secretário de Turismo de São Francisco de Paula, Carla Bohrer Conexão Punta x Serra Gaúcha e Zanis Coelho.
Homem com H
Assisti ao filme “Homem com H”, uma biografia autorizada do cantor Nei Matogrosso, um símbolo de coragem e ousadia. O excelente filme me fez rir, discretamente, pelo atrevimento de uma história com tanta clareza, sem subterfúgios ou metáforas. Algumas cenas me fizeram chorar, quietinho. Por óbvio, lembrei de histórias que vivi e de muitos que, como eu, viveram os alucinados anos 70, 80, 90, derrubando portas para não serem pisoteados pelo preconceito, que ainda em 2025 provoca suicídios, na mesma Canela que foi e é palco de dolorosas cenas de desprezo humano. Assim como Nei Matogrosso, achei mais indicado seguir o poema do Vinicius de Moraes que propõe: “pensem nas feridas como rosas cálidas” e, por isso, hoje escrevo sobre aqueles que, com frases e gestos, são capazes de transformar o pior dos dramas e, por isso, são imprescindíveis. Assistindo ao filme, lembrei que, aos 7 anos, pela primeira vez, ouvi a acusação vinda de um garoto, de que eu era veado e, por essa razão, ele não sentaria ao meu lado. Eu, sem saber o que aquilo significava, senti um medo paralisante por aquela ameaça e só fiz chorar, pensando em nunca mais pisar naquela Escola João Correa. Fui socorrido pela professora Noeli Souza, que me abraçou e disse: “Não se preocupe, eu estou contigo e ele nem sabe o que diz.” Algum tempo depois, dona Noeli definiu que eu desfilaria, na Semana da Pátria, fantasiado de Santos Dumont, o pai da aviação que, anos depois, foi identificado como gay. A frase e o gesto daquela amorosa professora me permitiram voar com coragem e foram minha primeira motivação para o teatro. Alguns anos mais tarde, um dos meus sobrinhos ficou por um bom tempo observando meu teatral amigo Paulo e segredou, baixinho, para sua mãe: “Ele é gay.” Ela riu e lhe perguntou: “E o que isso significa?” Rodrigo respondeu: “Não sei, mas ele é.” Minha cunhada Zalete respondeu, matando o preconceito na raiz: “Não te preocupes, isso não tem a menor importância.” E aquela criança, serena, brincou e riu com seu novo amigo, com o carinho que lhe é peculiar. Muitos anos depois, recebi um diagnóstico aterrorizante e, sem saber o que fazer, dividi aquele pesadelo com meu irmão João Paulo, que, chorando, abraçou comigo e falou: “Não te assuste, a gente vai enfrentar juntos.” Essa foi a receita para um complicado e demorado tratamento. Passados 30 anos, todos os dias, esse gesto está presente e orienta meus passos. Estou preparado para retribuir a riqueza que a vida oferece e, sem a voz incrível do Nei Matogrosso, me dedico a acolher, no consultório ou nos projetos sociais que me envolvo, a todos que me procuram em sofrimento porque, convenhamos, ainda hoje, a existência nem sempre é generosa com quem se atreve a ser o que é. Não perca o filme…
Dia da Educação
(Afinal, nunca é tarde para saber!…) Conforme nossos calendários… Dia Internacional da Educação – 24 de janeiro, instituído pela ONU através de Assembleia Geral em 2018 Dia da Escola – 15 de março, data criada em homenagem ao estabelecimento da Escola no Brasil, realizado pelos jesuítas no século XVI. Dia Mundial da Educação – 28 de abril, de acordo com o Fórum Mundial de Educação, realizado em Dakar, Senegal, no ano de 2000. E, conforme nossa literatura gauchesca… No clássico “Antônio Chimango” de Amaro Juvenal, encontramos na “segunda ronda”, estrofes 57, 58, 59 e 60: “Na Estância havia uma escola / pros filhos da peonada… C’uma carta de a-b-c / feita com letra de mão, grudada num papelão, / e sentado no tripeça, por este modo começa / o mestre a dar-le a lição: Este é o A, primeira letra, / que conhecer muito importa; veja bem que não é torta; / é a primeira que se ataca, tem o feitio de barraca / c’um pau cruzado na porta. Esta é B, tem dois mamulos, / e, para nunca esquecê-lo lembre-se dum pessuelo / na garupa atravessado… Menino, preste atenção; / não se ponha olhar pra rua, que o meto já na cafua; / entende, vossa mercê? Estoutra letra é o C, / a forma é de meia-lua. E, assim por diante, ensinando……….”. …………………………….. Também Antônio Augusto (Nico) Fagundes, em seus “Causos de Galpão”, historiando sobre o assunto… O colégio do Alegrete (parte do causo) “(……………………….) Mas há muito tempo um oficial foi transferido para o Alegrete e botou os filhos no colégio, ainda no tempo da palmatória e do reguaço. Eu mesmo, que não sou tão velho assim, levei muito beliscão torcido, régua pela cabeça, puxão de cabelo de professora e quando chegava em casa ainda o velho Euclides, meu pai – que tinha dito para a professora nos puxar o matambre! – ainda nos passava o laço, outra vez… Tempos brabos! Mas que a gente aprendia, ah, aprendia. Abaixo de pau, mas aprendia. Pois o tal oficial, quando foi receber o boletim dos filhos, estranhou aquelas letras LB, LE, B, M, UB. (………………………). E aí ficou sabendo: LB – Louco de bueno. LE – Louco de especial. B – Buenaço. M – Macanudo (que era e melhor nota, equivalente a 10). UB – Uma bosta (esse rodava!…)”. Nossa literatura gaúcha, com muita propriedade se ocupa da tradição e do folclore para divulgar os usos e costumes do Rio Grande do Sul… a nossa terra!